Quando alguém lhe fizer um carinho Que lhe provoque arrepios Quando alguém lhe disser palavras dóceis Vindas do poço da alma Esse alguém sou eu Quando alguém lhe tocar Como quem toca um piano Quando alguém lhe sorrir Como uma criança Na platéia de um picadeiro Em plena matinê Esse alguém sou eu Quando na busca dos desejos teus Encontrares desafetos mil Quando beberes por estar triste Quando você sentir Que já não mais existe alegria e fé Ou quando a solidão por acaso Vir bater a tua porta Lembre-se que existe alguém como eu Gosto da tua pele corada Fêmea, felina e voraz Forte, fogosa e fugaz Onde me foge a razão Eu tenho guardado segredos Entalados na garganta Amores não são brinquedos São pedacinhos de plantas Que a gente agoa e cultiva No canteiro da paixão Eu trago o carinho da estrada E o afeto na palma da minha mão.