Exausta, escorada na janela Raios laranjas se atiram contra a casinha perdida na imensidão. Paredes de barro erguidas por suas mãos grossas e feridas. Olhos sujos de terra, fortes, não deixavam que uma só lágrima caísse sobre o chão batido. A enxada encostada não era mais a garantia da única refeição diária. Inerte, olhava para cada planta seca. Dores fisgantes anunciavam a temida angústia Sentia novamente o peso de perder um filho, consequência de seu esforço e luta. Carregando um pote de água suja e as raízes que colheram no dia, os três rostinhos baixos já sabiam o que acontecia. O silêncio reinava no isolado pedaço de terra. segurar suas mãos era a única ajuda possível. Dia após dia, o sangue ainda seca na toalha hora de enrolar as poucas roupas velhas e partir. Sós, seguem pelo cascalho em direção última tentativa de sobrevivência Do destino espera-se luzes, abundância, dignidade. Porém, por eles aguardam a escuridão, a necessidade, a indiferença.