O que mais me incomoda é ser tratada com inferioridade, como se fosse vergonhoso ser mãe solteira! Porque o mais difícil é conciliar, ou eu trabalho pra sustentar ou eu sou presente na vida dele, é muito difícil! Dificuldade a espero como a vida aguarda a morte Aceito minhas consequências, cabeça erguida rumo ao norte Não envolvo a justiça, minha luta já é justa Cê não tem nada a oferece, nem sabe o que que é vida adulta Ser mãe é dadiva, responsa bruta, e os cara some Desafio é criar menino pra crescer e virar homem Saudade eu te matei de fome quando eu senti na pele Que acabou a infância, mas a minha mãe fez jus ao nome Pagar pensão sempre foi obrigação Disse que eu sou ingrata Que nunca me faltou nada Só carinho e educação Fugi disso a vida inteira, estudei sobre joias raras E percebi que meu pai tava em todos caras Relações aprofundadas sobre quem é desapegado Com o desamor, que comigo foi praticado E aí São reflexos de vida inteira É criação passos rasos de vivencia Tecidos em fios de precisão Nem sabia porque ele não vinha Só via toda vez minha cara no chão Eu achava que a culpa era minha Sem nunca ter experiencia de combate Nas tardes que ele faltava Dia dos pais eu tava lá pra homenagem Eu cresci forte e corajosa Revoltada e perigosa Filha de uma mãe solteira Sofrida levou nas costas Sempre batalhadora Sofreu calada e sem miseria Me tirou da plateia e me fez assinuosa Hoje eu sinto em minha costela O arrepio e o bicudo Não entendia e agora entendo O quanto somos corruptos Medo de transpassar, a dor pro meu fruto Sentimento fajuto, não vou de covardia Não vou passar a mesma história pra minha cria Suas soluções rasas, sociedade de problemas a fundo Mundo redondo pra quem muito fala, discordia e tumulto Caminho sempre a frente onde a gelada me guia Reconheça e diferencie, gratidão e simpatia Nós entra e sai de qualquer canto curtindo a reveria Visando os corre e as responsa firme e forte na guerrilha Pois melhor que sarrar é ralar todo dia Afinal baile sempre é bom Mas não enche sua barriga Não sabe da luta Não fala da puta Não encosta na minhas tia Sem papo é labuta Seu filho da luta Que desmerece a corrida Mamães no topo Sabe que é pouco É alimento pras cria Pra quem passa sufoco A vida da troco Vingança vinda da vida Fala mal da mulherada Mas a mãe e uma rainha Meça suas palavras parça Nos trampa bem menininha