Rasga-se enfim o último véu Doce verdade sussurada por bocas sem lábios Ardiloso punhal que rasga o peito Deixando-me ver as trevas do fim Delirante e doente Adormeci em teus braços Ó alma imortal Suavemente conduziste-me em teus sonhos Mais belos e tristes também E neles pude sentir Tua dor mais profunda Sangras como eu E dementemente sorri De toda essa angústia Tua dor que esmaga o peito Leito onde vejo-me morrer Minha alma imortal Repleta de pureza e melancolia Alma imortal A solidão em mim faz morada Em teus olhos vejo agonia Tormento de alma culpada A face repleta de encantos Luz, tênue luz que se esvai E aos quatro ventos tem fim Trazes para a vida a dor E toda angústia do ser Dilacerando o peito em pranto Lágrima imortal imaculada Que tinge os pálidos campos Leito febril aos corpos santos Corpos caídos, vencidos Corpos já mortos, desfalecidos Alma imortal