Ventos frios que varrem a alma Como lúgubres melodias Manifestam-se nesta esfera Em um canto de angústia e dor Todo o tormento potencial do existir Dissipa-se nas negras brumas do caos Nem o amor, nem o ódio, enfim Quebra-se assim a maldição Nada crer, nada ter, nada ser Eis o fim da ilusão Mas não sei quem tu és Ó, alma bela Nem porque por degraus Tens esta esfera Que aos mortais nos clarões De outra se vela Mor omnia solvit ab imo pectore A dor de não mais amar Intensa, profunda tortura Debela meu ser E o ódio que em meu peito jaz Pungente, fugaz Não deixa esquecer A solidão que atormenta minh'alma Trazendo loucura para dentro do meu coração Nada crer, nada ter, nada ser Eis o fim da ilusão Sigo teus passos Meu anjo infernal Quero tua luz Busco teus olhos Mas a escuridão abraça-me E meu corpo entrega-se No último suspiro de dor Envolta na fúnebre névoa prossigo inerte Apenas minha paixão orienta-me Sempre a tua procura Meu coração fenece E tua face minha mente inebria Mas não sei quem tu és