M-26

Veja a Dor

M-26


Veja o sangue que escorre de teus pulsos 
As lágrimas que escorrem de teu rosto 
Veja as feridas em teu corpo enferme que expele suor febril 
Que te faz delirar e que te faz sentir 
Ouça as mentiras ditas por você 
Veja o mal que você causou

Sinta o frio deste lugar 
A paz - tétrica que sempre sonhou encontrar 
Não pude fingir, não pude calar 
Em teu leito profano
Sinta o mal 
Veja a dor... 

Imaculada a alma que o demônio possuiu 
O abismo só é maior dentro de ti 
Viva impondo a ordenação 
Descendente do mal que existe 
Ressurge do inferno para sangrar 
Seus desejos mais puros pertencem a mim 

Profanando as mentes ignorantes 
Que não conhecem o resultado de sua própria existência 
Você vive para disseminar o mal que eu criei 
Besta cruel de belos olhos negros como o manto que veste 
Surge da escuridão em forma de dor, medo e sofrimento

Acalenta em teus sonhos a paz tétrica 
Que sempre sonhou encontrar 
Arde a raiva dentro do peito que implora vingança 
Escorre de teus pulsos o sangue e o pus... 
Tirano infernal mortificado à cruz 
Implora o sacrifício de joelhos 

E só, chora suas lágrimas azedas em seu leito sombrio e frio 
A alma imaculada, estuprada pelo demônio que chora 
Besta maldita de belos olhos negros como o manto que veste 

Moribunda oferenda ao altar de fé e luz

Ritos de escuridão e de adoração te invocam e chamam... 
Besta infernal... criada para ferir 
Veja a dor... 
Sinta o mal surgido de dentro de você...   
Eu sou o fruto de seu ódio 
Surgido de dentro de você 

Invocado do escuro de sua mente doentia e vil 
Eu sou o verdadeiro temor... 
Eu sou seu mal... 
Veja a dor...  
Sinta o mal... 
Você agoniza e clama... 

E em desespero eu possuo o seu coração 
Puro que sangra e bate e pulsa 
Em minhas mãos imundas 
Implore por ele... 
Implore por ele...   
Veja a dor... 

Sinta o mal surgido de dentro de você... 
Eu sou o fruto de seu ódio 
Invocado de dentro do escuro de sua mente doentia e vil  
Eu sou seu verdadeiro temor... 
Eu sou o mal...   
Veja a dor... 

Sinta o mal... 
Você agoniza e clama em desespero 
Enquanto eu possuo seu coração puro que sangra... 
E bate...e pulsa... 
Em minhas mãos imundas... 
Implore por ele... 
Implore por ele... 

Múmia de sangue e lama e terra e treva 
Podridão feita deusa de granito, 
Que surge dos mistérios do infinito 
Amamentada da lascívia de Eva   
Tua boca voraz se farta e ceva 
Na carne e espalha o terror maldito 
O grito humano, o doloroso grito

Que um vento estranho para os limbos leva  
Báratros, criptas, dédalos atrozes 
Escancaram-se aos tétricos, ferozes 
Uivos tremendos de luxúria e cio...  
Ris a punhais de frígidos sarcasmos 

E deve dar congélidos espasmos 
O teu beijo de pedra horrendo e frio... 
Imaculada a alma que o demônio possuiu 
O abismo só é maior dentro de ti...