M-26

Lagrimas de Desiderias

M-26


Ventos frios que varrem a alma 
Como lúgubres melodias 
Manifestam-se nesta esfera 
Em um canto de angústia e dor 

Todo o tormento potencial do existir 
Dissipa-se nas negras brumas do caos 
Nem o amor, nem o ódio, enfim... 
Quebra-se assim a maldição 
Nada crer, nada ter, nada ser

Eis o fim da ilusão 
Mas não sei quem tu és 
Ó alma bela 
Nem porque por degraus 
Tens esta esfera 

Que aos mortais nos clarões 
De outra se vela 
Mor omnia solvit ab imo pectore 
A dor de não mais amar 
Intensa, profunda tortura 
Debela meu ser 

E o ódio que em meu peito jaz 
Pungente, fugaz 
Não deixa esquecer 
A solidão que atormenta minh'alma 
Trazendo loucura para dentro do meu coração 
Nada crer, nada ter, nada ser 
Eis o fim da ilusão 

Sigo teus passos  
Meu anjo infernal 
Quero tua luz 
Busco teus olhos 
Mas a escuridão abraça-me 

E meu corpo entrega-se 
No último suspiro de dor 
Envolta na fúnebre névoa prossigo inerte 
Apenas minha paixão orienta-me 

Sempre a tua procura 
Meu coração fenece 
E tua face minha mente inebria 
Mas não sei quem tu és...