LÉVON

Efeito Borboleta

LÉVON


Eu me perco em certos sonhos que você nunca entenderia
Eu mutilo minha mente com facas de sangue
Então, pra que inferno eu iria?
Labirintos cortados, memória apagada, um maço e a vida que eu queria
Várias horas perdidas num mundo ilustrado de qual personagem eu seria
Incontestado, isolado, eu percebo que o sonho ilustrado não passa de encanto
Uma criança vestida de preto me vê e pergunta
Por que eu choro tanto
Eu não canso do sabor da falha
A insônia me obriga a rezar falsos santos
Eu não canso de olhar pra estrada
Eu desci tão fundo já faz tantos anos

Sem relógio, eu acordo
Já faz tanto tempo eu criei um mundo ilusório
Não me atento ao que eu tenho
Já faz tanto tempo fodendo com sangue dos olhos
Engraçado que o tempo passa
Meu peito arregaça e é levado por corvos
Me alistei na comédia sem graça, um quadro pintado e escrito por mortos

Eu me pergunto se um dia do nada
Eu vou me encontrar com meu eu do passado
Com minhas mãos machucadas, minha mente cansada
Sem fé e a lembrança que eu passo
Se um dia eu encontrasse de novo a criança de preto que eu tenho sonhado
Passaria mó parte do tempo falando o motivo que eu tenho chorado
Solitário e sem destino não me afoguei com meus próprios demônios
Na estrada de ferro que eu traço
Não tem muito espaço, então sigo sem sonhos
Minha mente é um covil disfarçado, ambulante, lotado pelo que eu vivi
Não me prendo ao que eu tenho passado
Minha sombra me lembra sempre o que eu vi