Eu me perco em certos sonhos que você nunca entenderia Eu mutilo minha mente com facas de sangue Então, pra que inferno eu iria? Labirintos cortados, memória apagada, um maço e a vida que eu queria Várias horas perdidas num mundo ilustrado de qual personagem eu seria Incontestado, isolado, eu percebo que o sonho ilustrado não passa de encanto Uma criança vestida de preto me vê e pergunta Por que eu choro tanto Eu não canso do sabor da falha A insônia me obriga a rezar falsos santos Eu não canso de olhar pra estrada Eu desci tão fundo já faz tantos anos Sem relógio, eu acordo Já faz tanto tempo eu criei um mundo ilusório Não me atento ao que eu tenho Já faz tanto tempo fodendo com sangue dos olhos Engraçado que o tempo passa Meu peito arregaça e é levado por corvos Me alistei na comédia sem graça, um quadro pintado e escrito por mortos Eu me pergunto se um dia do nada Eu vou me encontrar com meu eu do passado Com minhas mãos machucadas, minha mente cansada Sem fé e a lembrança que eu passo Se um dia eu encontrasse de novo a criança de preto que eu tenho sonhado Passaria mó parte do tempo falando o motivo que eu tenho chorado Solitário e sem destino não me afoguei com meus próprios demônios Na estrada de ferro que eu traço Não tem muito espaço, então sigo sem sonhos Minha mente é um covil disfarçado, ambulante, lotado pelo que eu vivi Não me prendo ao que eu tenho passado Minha sombra me lembra sempre o que eu vi