Luno

Corpos e Desejos

Luno


A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre
Na mesa da cozinha o meu corpo há algum tempo não sente
Mais nos bares onde estou quase sempre sentado eu olho ao meu lado então mereço cuidado

A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre

Da janela do meu carro o seu cabelo pelo vidro é perfeito
Do meu quarto a esperança que se tinha foi embora com o vento
Nas calçadas da Paulista entre os pubs de esquina o seu rosto nas paredes já é mais que uma sina

A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre

Entre corpos e desejos o seu cheiro me provoca mais que essa gente
A levada do seu corpo me instiga e me torna envolvente
Já não consigo mais pensar em como me destacar, esse espaço é seguro longe do meu lugar

A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre

Ele agora se entrelaça nas palavras e por menos se rende
Não tem face, não tem pranto, não tem calma mais ainda é contente
Mais no peito a certeza que lhe se assombra é corrente, o seu rosto não esconde o que viveu novamente

A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre