A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre Na mesa da cozinha o meu corpo há algum tempo não sente Mais nos bares onde estou quase sempre sentado eu olho ao meu lado então mereço cuidado A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre Da janela do meu carro o seu cabelo pelo vidro é perfeito Do meu quarto a esperança que se tinha foi embora com o vento Nas calçadas da Paulista entre os pubs de esquina o seu rosto nas paredes já é mais que uma sina A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre Entre corpos e desejos o seu cheiro me provoca mais que essa gente A levada do seu corpo me instiga e me torna envolvente Já não consigo mais pensar em como me destacar, esse espaço é seguro longe do meu lugar A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre Ele agora se entrelaça nas palavras e por menos se rende Não tem face, não tem pranto, não tem calma mais ainda é contente Mais no peito a certeza que lhe se assombra é corrente, o seu rosto não esconde o que viveu novamente A vida é injusta, não de agora mais há um tempo foi sempre