Todo samba que eu deixei nessa estrada Discretamente você trouxe amarrado E foi no teu colo que a gente fez a nossa versão Meu pala velho e surrado Reconheceu aquele afago E a minha viola vai abraçar esse refrão E se amanhã a gente enrugar A gente pinta nossa casa em qualquer lugar E as paredes vão ser as paredes mais lindas que eu já vi Quem nunca errou tão errado Não sabe o que é acertar em cheio E talvez em sessenta e três a gente esbanjou um estrago Mas hoje estamos tão certos Vamos sentar lá na lua E ver um astronauta num barquinho cantar E se amanhã a gente enrugar A gente pinta nossa casa em qualquer lugar E as paredes vão ser as paredes mais lindas que eu já vi E não tem bala de canhão que nos pare Então abraçaremos nosso quinhão E entre os temporais e a dança dos varais Com as calças rasgadas e com um riso de ternura A bendita poesia linda cortará o mundo meu caro E pessoas nuas vão fruir extravagantes E os dentes de formatos geométricos variados Vão refletir nossa alegria como se cortassem carne Do processo vil do envelhecimento do corpo E envelheceremos, isso é certo Soprando um coro pagão cheio de cantoria E dormiremos, isso também é certo E se não for pra sempre Essa despedida lançará por hora uma sensação de prece Não amarga Não amargarás Até mais temporal