Era uma vez amarelo Uma cor que amava o Sol Os sorrisos e a liberdade Certa vez Amarelo em mais uma de suas aventuras intensas, conhece lilás Lilás fazia com que amarelo se sentisse acolhido, protegido Trazia calma assim como uma suave essência de lavanda Lilás o trazia paz e aconchego Juntos, criaram muitas outras cores Das mais diversas tonalidades Até que um dia Lilás começa a mostrar outra verão de si Uma versão mais densa, irritavel, mais escura E muito difícil de lidar e conviver Isso doía em amarelo Pois amava lilás Mas não soube lidar com sua nova pigmentação Amarelo chorou Lilás agora, era roxo Amarelo chorou a falta da lavanda E a liberdade tirada por roxo seu amado, desbotou-se Fraco, quase sem cor branda Afinal a liberdade era a maior riqueza que amarelo podia ter depois de seu amor Amarelo não conseguia encarar roxo Amarelo não conseguia expressar a sua dor Lançou-se então a procura de ter a sua vividez de volta Amarelo encontra azul, grandioso e apaixonado Azul era leve, misterioso e livre, um abraço fraterno Assim como amarelo foi antes de roxo escurecer Azul mostrou-lhe como viver e sentir, e seja o que queres, disse E amarelo voltou a ser amarelo Azul também era amante da liberdade dos sorrisos, do Sol e das intensidades Mas azul também era apaixonado pelas águas Azul sabia viver, lembrava a forma como vivia e sentia antes de roxo A paixão por azul o dominou Azul até então não havia notado, amarelo deixava poucos sinais Porém escondendo a verdade de roxo, medo e receio dominaram amarelo Apesar do medo, teve coragem Amarelo e azul se reencontram E nada foi capaz de parar o momento em que suas cores se fundiram Numa explosão estelar pinceladas irreversívelmente em lençóis brancos de algodão Simplesmente nada Amarelo mesmo que vivido não foi capaz de enfrentar roxo E então roxo desconfiou, percebeu algo diferente, ah ele sempre sabia das coisas Não disse uma palavra, amarelo poucas Mas não houve sinceridade para com seu amado, nem com ele mesmo Com medo não confessou sua paixão pela outra cor Roxo descobriu, carente dissimulada, marsala lhe contou Amarelo se fudeu, roxo se foi Amarelo não entendeu, chorou e chorou e chorou Perdeu-se em segredos antigos Roxo e os tons que viviam ao seu lado, esmaeceram Leal e ousado, azul ficou Amarelo não quiz ferir ninguém, nem a si mesmo Amarelo buscava pela sua cor E tudo que o fizesse sentir livre e confiante pra compreender Que não importa quantas cores você ama Tudo é digno de amar