Por quanto tempo passa a era, o espaço, o som E a juventude inconsciente, estagnada E essa guinada brusca em minha reação Meio infeliz me fez compor essa balada Tão abalada e turva imaginação Repetitivamente quase não diz nada É que me falta o sangue, a fibra e o coração Pra receber sozinho o grosso da pancada E a sensação cinzenta dessa solidão Diz que esperar não leva a nada Diz que esperar não leva a nada Fico nervoso às vezes eu nem durmo mais Tento entender por qual motivo A coisa não se fez, a trama se desfaz De que valeu a caminhada? E há duvidas no peito, escuro e contrafeito De que lutar não leve a nada Estigo a turba e crio tumulto no balcão Mostrando a cru o outro lado da fachada Percebo agora que entra água no porão E a conclusão meu caro, foi muito atrasada Não restou nada do meu próprio furacão Perdi a bússola e a vela está rasgada Eu mil pessoas vítimas da inundação Com febre, frio, com sede, estão desabrigadas E sendo assim prevejo medo e escuridão Porque cantar não leva a nada Porque cantar não leva a nada Junto os pedaços, cato os cacos da explosão Da fortaleza estraçalhada Eu reconstruo, remendo os trapos da ilusão Da fantasia abandonada E novamente apelo para a intuição Que me propõe rock balada Fazendo sempre dessas tripas coração Porque cantar não leva a nada