Lembro daquele rapaz Tão moço e tão belo Quando ele partir Um raio dourado de sol Dos olhos brilhantes E ninguém nunca viu Ninguém nunca viu Foi num mergulho sem medo Desvendar o segredo Acender o pavio Para explodir a geleira O casulo, as maneiras Do seu mundo vazio E quando cantava, gritava Seu verso inventava O que nunca existiu E sorria quando conversava Por vezes chorava E ninguém nunca viu Ninguém nunca viu Ontem eu lhe vi novamente Era a luz do poente Num dia sombrio Triste, calado e doente Tendo a dor do presente No seu rosto tão frio No seu rosto tão frio Da juventude passada Restava mais nada E os seus olhos de aço E a sua voz que era bela É um rugido de fera Se perdendo no espaço E quando cantava, gritava Seu verso inventava O que nunca existiu E sorria quando conversava Mas por vezes chorava E ninguém nunca viu Ninguém nunca viu