Lukas Lima

Pororocas Parawaras: As Águas dos meus Encantos nas Contas dos Curimbós

Lukas Lima


Me dê licença pra cantar o mais doce encanto
Onde princesas seguem vivas entre nós
Cruzando mares e os portais da encantaria
O avesso de outro tempo leva a praia dos lençóis

Chama Verê pra benzer! Olerê
A Mata vai rebatizar! Juremê, Jurema
Tóias turcas maresias
Completando a travessia chegam para nos guiar

Chama, Verê pra benzer! Olerê
A Mata vai rebatizar! Juremê, Jurema
Joias de beleza rara na margem marajoara
Assistem à vida se moldar

E num encontro com magias Parawaras
Tornam-se arara, cobra e onça em seu Axé
Ajuremadas onde a fé se faz Senhora
Viram força que incorpora
Nas águas de Nazaré!

Mina-jejê, Mina-nagô
Sua voz que vem do fundo vai bater na cicatriz
A mão no couro e o pé descalço sobre a terra
Trazem cura, vencem guerra em mistura de raiz

Banzeriô, banzeriô
Protegida em quatro contas, Caxias chegou!

Banzeriô, banzeriô!
Frente ao espelho desse encante a Marquês carimbolou!

Embarca nesse balanço!
Embarca nesse balançar!

Grande Rio é minha rua em pororoca no Rio-Mar!
Grande Rio é minha e tua em pororoca!