Um mate jujado pra um final de tarde Cinamomo copado, galpão e ramada Os arreios sovados na lida de campo Uma tropilha de mouros pra correr invernadas Um bocal bem sovado garroneiras surradas As rendilhas de doma sacadas de um touro Um quatro cabeças enchido de crinas E a maneia de trava pra lidar com meus mouros São as coisas que eu tenho Retratadas em meu canto Por ser formiga e cigarra No meu ofício de campo (Quando formiga estendo na várzea a força do braço Rangindo o basto cruzo meus dias Na sinfonia que pampa grande me traz em versos Quando cigarra conto segredos para o braço inteiro de uma guitarra Fiel parceria de um peão posteiro) Pelegão bem cardado e um prepararo doze Um freio de coscorra pra entoar com a Chilena uma cataluña caída na nuca Pra janela do povo e o olhar das morenas O tropel destes potros o cantar das chilenas O rugir do minuano na invernia de agosto Um murmúrio de sanga o rangir dos arreios São os sons que ornamentam minha vida de posto Na retina dos olhos guardei o meu mundo E as coisas tenho no para meu dia a dia E ao soltar os meus mouros num final de tarde Tenho o largo da noite pra moldar poesias