Numa véspera de Natal Passou-se o que vou contá Num arraiá do sertão Eu conheci a Ritinha Essa linda caboclinha Tinha uma rosa branca na mão Passando pelo jardim Pedi a rosa pra mim Ela disse sem demora Vá a missa na igrejinha Eu te darei a florzinha No artá de Nossa Senhora Eu montei o meu cavalo E fui na missa do galo Na igrejinha do arraiá Deus perdoe por eu dizê Mas eu fui lá só pra vê A caboclinha chegá Num trole foi a Ritinha Com seu pai e sua mãezinha Seu irmão inda criança Saíram de tardezinha Com destino a igrejinha Mais de duas léguas de distância Depois que a missa acabou Como a Rita não chegou Em rumo ao rancho vortei Assim que clareou o dia No ardor da serrania O triste quadro avistei Revi a famia inteira Caíram na ribanceira Nem um deles se sarvô A rosa ficou murchinha Com o sangue da Ritinha De branca se avermeiô Hoje eu guardo comigo E levarei pro jazigo A flor que há tempo secô Me conformo com o destino Na certeza que o Divino Há de unir o nosso amor