Tenho saudade da companheirada Gente camarada do maior respeito E aos domingos na venda da estrada Fazia trucada todo satisfeito Eu pra enfezá o jogo de truco Sempre fui maluco e metia os peito Quando eu trucava outro respondia A gente ouvia grito desse jeito Lá vou eu pançudo Aqui não passa, cachorro magro Entonce, truco mesmo Caia paquera de porco Tô aqui, feição de bugio Eu vou com seis, danado, parei na esquina Conheceu, papudo A primeira é dos pinto Dá uma pinga aí ô Bota aí, vai botando pinga aí Eu também quero e da boa Põe pinga pra tomo mundo aí Ô, tá boa mesmo Na brincadeira o tempo corria Tudo esquecia do seu compromisso Zé Botinudo cheio de esperteza Com a sua destreza era um reboliço Ele gritava, tudo se xingava Mas ninguém brigava, nunca teve enquiço O jogo ia até segunda-feira E a noite inteira só se ouvia isso Ficô com medo, Zé do Mato? Lá vai, caboclo Truco Macaco que pula muito qué chumbo Seis, Corujão Tá fazendo grandeza à toa, Piquá Toma nove, papudo Ajunta dois que vem chumbo, Zé do Mato Doze, porquêra Ah! Quando eu tinha dezoito ano Era a mesma porquêra de hoje Guarda a faca, Zé do Mato Uai, não se pode mais picá fumo, gente? Tenho saudade da companheirada Gente camarada do maior respeito E aos domingos na venda da estrada Fazia trucada todo satisfeito Eu pra enfezá o jogo de truco Sempre fui maluco e metia os peito Quando eu trucava outro respondia A gente ria tudo satisfeito