Escuta zé Você me cansa com seus medos E essa ânsia pelo arremedo Você está morto Com o pavor que seu corpo inspira Você quer mais, mas A flor que você exala lhe pira E iguala, me escuta, zé, aos animais Você se contenta com a alegria com data dos carnavais Você quer correr pelos campos numa exaltação da vida E consegue no máximo alegorias de amor na avenida Você só ama o amante na cama pela televisão enquadrado E as muitas putas com coração das multidões de Jorge amado Você quer ser livre, você quer saída Mas na verdade tem asco de sua própria liberdade Quando é de fato vivida Escuta zé, você me enjoa Com essa vida que você leva a toa Falando para os ouros que ela é boa Quando é de fato ferida Seu presente para o amor é o sonho Ou a coroa de espinho Você morrerá cedo, zé Por que seu desejo é mesquinho