Quem amou Dia sim dia não Só amou à prestação Na indecisão Teve carinho Mas nunca teve carinhão Que é uma ternura imensa Que pega ponta do seu pé E vai ao topo da cabeça É um caminhão de cafunés Quem chorou Dia sim dia não Dividindo a aflição Com a razão Chorava menos Mas foi chorando até o verão Quando o prazer aumenta Quando é melhor se animar Pois se chorar ninguém aguenta Despeja as lágrimas no mar Quem sofreu Dia sim dia não Só sofreu uma fração Uma porção Melancolia Mas que virou satisfação Mas que virou melancolia É pra testar o coração No desalento e na alegria É o tiquetaque da emoção Dia sim dia não Um adianta, outro atrasa A evolução E a solução Dia sim dia não Um machuca, outro sopra E fica bom Ou quase bom Vai se abrir, se fechar Vai sorrir, soluçar Vai a vida vai e volta: Amar, chorar, sofrer