Sabes porque eu me enfurnei no rancho E passo as horas a matear solito? Nesta invernada de melancolia Potreiro de alma onde juntei mil penas Sabes porque, fugindo de mim mesmo Não me aurículo ao som de uma guitarra? E dos bolichos, vivo tão distante Que nem da canha seu sabor me resta Sabes porque, eu passo a noite inteira Entre as paredes do meu rancho tosco? Ouvindo ao longe todo trote largo Dos que não param de buscar distâncias Sei que não sabes, porque se soubesses Compreenderias como é triste a mágoa Dos que no acaso de uma vida cheia Cantando triste sem saber a causa Sei que não sabes, porque se soubesses Compreenderias como é triste a mágoa Dos que no acaso de uma vida cheia Cantando triste sem saber a causa