Já faz três dias que esta chuva fria Chegou de tiro com ventito sul Alobunando a cor das sesmarias De nuvens cinzas pra borrar o azul Por entre a pluma deste aguaceiro Divulgo o negro vulto na lonjura Cá do galpão sei que é um campeiro Um grande amigo que por mim procura Cabeça baixa num passito lento Parando as vezes para olhar a estância Entre os guascaços que lhe impõem o tempo Que não é mais de cruzar distâncias Espera o dia que arrebente os tentos Deste laço onde arrasta suas ânsias Fareja o barro do chão da porteira Depois costeia junto ao alambrado No pelo grande a marca da inverneira Na cara branca os agostos passados A tua estampa me revolve andanças E galderiadas teimam e amigo E reculuta sonhos e lembranças Deste homem que se fez contigo E reculuta sonhos e lembranças Deste moço que se vai contigo Esperando a sua morte gaúcha Volta ao fundão onde fez morada Por companhia não somente as bruxas E vão deixando as suas crinas trançadas E alguma flor roxa dos trevais Que ainda se escapa dos rigor da geadas