Tenho um cuiúdo picaço, peito e anca que é um colosso Que já me deu muito gosto mandando corda em rodeio Quando eu abria pra fora num armadão encopado E acomodava o chumbado lustrando a capa do olho Um ranchito meia água no posto dos Dois Pinheiro' Que não troco por dinheiro, nem por nada desta vida Um Colorado pinhão mascando um freio de mola Pra o guri novo ir pra escola floreando no corredor Uma cadela brasina que é um relógio trabalhando E um carijó orquestrando bem antes da luz do dia Um oveiro e um pitanga pra o ofício do arado E um truco bem orelhado por vício, n'algum domingo Do meu campito de lei fiz bem mais que uma querência Fui repechando a existência culatreando meu destino Tendo a gordura dos anos junto da maçã do peito E um mundo que ergui do jeito que o tempo me permitiu Minha arma é a palavra que brota do coração Que é igual travessão de cincha, não se entrega pra bufão Mas carrego uma Coqueiro por presteza de vaqueano Pras baldas de algum fulano nunca cruzar da porteira Mas carrego uma Coqueiro por presteza de vaqueano Pras baldas de algum fulano nunca cruzar da porteira E quando a noite se aquieta, meu canto desenrodilha E a goela tini a presilha num verso que é minha prece Lampejam luas e aguadas pelo olhar da amada Numa quarteada de sonhos, costeando mate e fogão Ainda tenho por luxo, pra o meu banquete campeiro Um carreteiro de ubre com espinhaço e mandioca Arroz com pesco' do cedo, mogango e batata assada Apojo gordo e coalhada, canjiquinha com costela Por isso tenho a riqueza que Deus reservou pra um peão Pois tudo que vem do chão alimenta corpo e alma E enquanto sobrar o tino pra amanusear minha eguada Hão de me ver pela estrada estendendo um trote largo Do meu campito de lei fiz bem mais que uma querência Fui repechando a existência culatreando meu destino Tendo a gordura dos anos junto da maçã do peito E um mundo que ergui do jeito que o tempo me permitiu Minha arma é a palavra que brota do coração Que é igual travessão de cincha, não se entrega pra bufão Mas carrego uma Coqueiro por presteza de vaqueano Pras baldas de algum fulano nunca cruzar da porteira Mas carrego uma Coqueiro por presteza de vaqueano Pras balda' de algum fulano nunca cruzar da porteira