Vaqueano de campo e mato, limpo de marca e de mango Gavião Mouro com Chimango, mamangava, unha de gato Mais preso que um carrapato nas lidas do pastoreio O Sol rachou pelo meio quando pintou meu retrato E, apesar de tudo isso, rumbeando para o futuro Naquele balanço duro, como trote de petiço Benzido contra feitiço, sem jamais virar o coxo No mais terrível arroxo, sigo no mundo aprendendo E jamais ando dizendo que nasci de bago roxo Nasci feio como um susto, parido com pêlo e tudo Filho da Dona Nicácia, neto do véio trançudo O chinaredo do rancho me chama de João Cuiudo O chinaredo do rancho me chama de João Cuiudo No bagual de mais corincho, sento as garra e quebro galho E saio mais entonado do que conde de baralho Cansei de acabar bochincho cortando a gaita num talho Cansei de acabar bochincho cortando a gaita num talho Encilho até lixiguana depois que peço a bolada Me grudo se me dá gana, me solto quando me agrada Lembro até uma castelhana que trouxei numa dentada Lembro até uma castelhana que trouxei numa dentada Que me importa o macheril quando a volta se desmancha? Nos mais taura, dou de fio, nos mais fraco, dou de prancha Já é parte do meu feitio ficar de dono da cancha Já é parte do meu feitio ficar de dono da cancha Se me falta água de cheiro, me tapo de creolim Não é culpa de ninguém, foi Deus que me fez assim E há sempre um lote de China correndo de atrás de mm E há sempre um lote de China correndo de atrás de mm A cordeona que eu floreio numa vaneira jesuíta Se encordoa no rodeio que nem teto de mulita Como é que um índio tão feio toca marca tão bonita? Como é que um índio tão feio toca marca tão bonita? A guitarra que eu ponteio com esses dedos de veludo Se acomoda sem receio no meu peito cabeludo E o verso sai como veio da alma do João Cuiudo E o verso sai como veio da alma do João Cuiudo Tanta coisa nasce linda, depois não tem serventia Se feiura fosse crime, o feio não existia Se eu não prestasse pra nada, ficava pra tirar cria Se eu não prestasse pra nada, ficava pra tirar cria