Sou estradeiro pois nasci de alma gaudéria E hoje eu vou lá pra Quitéria pois conheço bem o vau Quebro o chapéu tranco o garrão e meto nojo Depois de beber um apojo no bolicho do Selau Herdei dos taitas este jeito campesino E por isso seu Ervalino sou assim e não me abalo Ando solito e não respeito rio cheio E onde eu me agrado eu me apeio do recau do meu cavalo Minhas ânsias potras que não conhecem mangueira Escaramuçam na vaneira e pastam soltas só por farra Marcas gavionas com cordeonas de sinuelo Que ao cruzarem deixam pelos no alambrado da guitarra Me criei solto e guardo a reverência séria Pois a alma da Quitéria sopra em mim e me provoca Trago na goela rumor de vento teatino E fui assim desde menino no costado do tio Zoca E eu largo sigo carregando a sina andeja Igual carqueja na orquestração natural Pois sem costeio muito tenho matreiriado Lombo barrado de rolar no banhadal Nos dias tristes minha alma deixa a matéria E voa livre pra Quitéria se estendendo no repique Eu sinto em mim a vibração que vem da terra E escuto um grito de guerra do meu tetra avô cacique Mesmo distante eu lembro de ti contrito Meu campechano distrito que neste canto se esvai Estrela pampa perdida na imensidade Que alumbra minha saudade e adoça meu sapucai