Um pampa brasino mocho Ganhou o mundo da porteira Levantou terra por touro E disparou na mangueira Eu ajeitava minha armada Quatro rodilha' e um destino Um doze braça' de oito Do couro de um boi salino Zuniu o vento no céu Bateram bombos na terra Era um encontro ao acaso Era um combate de guerra Cruzou o pampa brasino Meu laço seguiu seu rastro Tava com fome de um pealo Pois foi lambendo o pasto O pampa juntou as mãos Deu cara, volta e planchou-se Estendeu umas dez braças E depois acomodou-se Parece que foi rezar Pra o seu santo protetor Mas o meu santo é mais forte E ainda é pealador Pois quando boto um pealo Meu tirador nem faz conta Quadro o corpo e só escuto O estouro na outra ponta Deixo, assim, que se estenda Depois, que espiche meu laço Eu ainda me governo Seja com jeito ou no braço Logo se vem o capataz Com a peonada apertando Firma a cabeça e coleia Por que a marca vem queimando E a faca no serviço Por bem afiada, se guia E deixou um risco de sangue Coloreando na viria' Depois, foi um e mais outro Serviço de tarde inteira Era um buraco no chão Na saída da porteira Pra resumir essa história Vou lhes contar como foi Quando caí, era touro Depois do pealo, era boi Pra resumir essa história Vou lhes contar como foi Quando caí, era touro Depois do pealo, era boi Depois do pealo, era boi