A terra dá e a terra tira... Assim é o ciclo do viver que a gente aprende Dia após dia, verdejando à sua maneira, Se entrega inteira pro suor que a gente vende A terra é assim e a gente usa... Casco de boi pisa primeiro, depois corta Cada semente que se enterra e bem fecunda É um sinal que a terra ainda não tá morta Longe da terra, tanta gente... Espera o dia de pisar suas botas nela De pouco adianta desejar, sem ter porquê Nem merecer erguer um rancho sobre ela Perto da terra, nestes campos... Tropas vicejam pra um sustento tão comum De pouco adianta olhar o trigo florescer Sem perceber que ele é o pão de cada um Assim é a terra, sem nos cobrar... Até o dia que nos planta qual semente Quem foi da terra, volta pra ela Pra desejar ser planta boa ou semente A terra dá, a gente tira... Assim é o ciclo do viver que não se esquece Por soberana, sabe bem dos seus sentidos Só mesmo ela pra cobrar o que merece