Já guardei meus aperos, Não mais sinto a força no braço Tentando pialar um novo amanhecer. A ferrugem do freio, Me aparta o sonho guri Cada vez mais e mais. Já não sou mais parceiro, Dos convites pra dias baguais De lida e marcação. Teimosia de velho, Foi riscar de esporas meu ruano Pra esconder dos netos que meu dia se chega. Mais um dia se finda, a lida foi mais curta E a tristeza que sorvo se faz mais cumprida. China velha me bota a chaleira no fogo, Já pedi pros meus filhos mais velhos: Reparem os bichos pois não posso mais. Já não tranço os meus laços E emborco os arreios, Guardo um resto de luz Que me sobra nas vistas Pra bombear no horizonte o sol que vai embora Roubando outro dia.. (REFRÃO) A noite o sonho encilha o baio Me carrega de volta aos rodeios, Me põe no lombo dos aporreados E amadrinha o meu desespero. Danço milongas com a madrugada Morena saudade baguala, Reponto tropas, entro em peleia, Aposto a vida em qualquer carreirada Mesmo que a morte emparelhe na raia Me convidando a dobrar a parada. Mesmo que a morte emparelhe na raia Me convidando a dobrar a parada. Já não tranço os meus laços E emborco os arreios, Guardo um resto de luz Que me sobra nas vistas Pra bombear no horizonte o sol que vai embora Roubando outro dia.. (REFRÃO)