Foi bem assim o que vi ! E vou contar-lhes o fato na estrada eu vinha de longe e a cena era um retrato. De longe bem parecia só um cavalo e um campeiro recostado à sombra mansa descansando por tropeiro. De perto mudou a cena quando banquei meu gateado vi um gaúcho estendido e um zaino "inda" encilhado. Era um gaúcho qualquer pelas pilchas, pelo jeito com uma garrucha na mão e dois balaços no peito. Coisa triste de se ver a morte assim tão de perto morreu por bueno, ou por malo numa peleia por certo. No horizonte estendido eu avistava "inda" alguém. Quem foi ligeiro nos tiros e por ligeiro, ia além. Não sei se medo ou coragem (porque os dois não andam juntos) se acampou na minha alma e me puxou outro assunto. Depois bombeei sobre o ombro quando cruzava a divisa e o zaino olfateava o sangue que avermelhava a camisa. Um amigo olhando o outro era bem o que parecia velando a dor e o silêncio que eu me fiz que não via. No outro dia as notícias chegaram meio em pedaços: -Uns conheciam o gaúcho outros, quem deu os balaços. Eu hoje lhes conto o fato depois de tempos passado e sei que foi pra vingar uma morte no povoado... Por isso mateio quieto que há pouco pra se fazer quem não tem nada na vida só tem a vida a perder...