Se vai a tropa estendida tranqueando por quase nada Levando a léguas de estrada sangue pampa e descendência Pesando a marca da estância queimada na flor do couro Boiada gorda e alguns touros que vão povoar a querência São quase quinhentas rês formando um corpo parelho Mescla de branco e vermelho da própria origem da raça Cambeando um pago por outro no mando de um tropeiro Que viu nascer esses terneiros e a vida fazer negaça Enxerga maior a tropa quem na culatra reponta Que às vezes até perde a conta olhando a mesma paisagem Por diante rumo e destino, pra traz a marca dos cascos E a sombra rubra nos pastos por onde vai de passagem Hoje por estes caminhos que se abriram em tropeadas O tempo se fez de estrada marcando cascos de bois E há de seguir pra sempre empurrando tropas mansas De pampas que nas balanças serão sustento depois Coisa linda ver uma tropa tocada no corredor Mas só quem vai no fiador avista o pago primeiro Afina a ponta e encordoa, refaz a conta nas tarcas E depois bate na marca pra só esperar no potreiro Quem olha de olhos rasos talvez nem se dê por conta Que junto à tropa desponta bem mais que a raça do gado Mal comparando esta tropa pela estrada se estendendo É o sangue pampa correndo nas veias do nosso estado!