A lua se põe à vista Como quem vem de visita Semear a imagem bonita Nos confins dos corredores Beijar a face das flores Chegar nos ranchos por frestas E despertar a seresta No peito dos cantadores Um raio guacho descansa Sobre as loncas ressequidas Que de dia tomam vida E à noite velam as penas Dorme um par de nazarenas No gancho da pitangueira Sonhando com a barrigueira E a fúria dos mais ventenas Lá no oitão da ramada Um grilo altivo e faceiro Dobra o canto feiticeiro E um cusco deita ao relento Vem no reponte do vento De longe um berro de touro E uma tropilha de mouros Retoça no firmamento Se Deus artista pintou Este quadra à imagem Sua Faz dele a estampa xirua Dolente tristonha e bela A cada quadro uma tela Conforme o quadro lunar Para que se possa olhar E adormecer dentro dela