É um campo aberto onde a divisa se perde a vista E um Deus artista pintou de rubro neste sol põr Lindeiro ao mundo da invernada e sombra estendida Parece a vida, que vai pra sempre, por onde eu for. Cada Rio Grande que os olhos miram sob o chapéu É pampa e céu conforme o espelho d'água do açude Par mim é um pago na sua forma mais definida Parece a vida, esperando ainda que o tempo mude. Bandeia o norte, um vento frio que arriba e brame Num fio de arame onde os pilinchos se balanceiam Me leva o poncho mandando acenos em recolhida Parece a vida, tenteando a sorte dos que peleiam. Ouço de longe os "quero-quero" anunciando alguém De onde vêm, pouco me importa, se achegue igual A cachorrada me faz alarde a qualquer investida Parece a vida, contando a todos seu ideal. Sobra cavalo pra cada estrada que ando por conta Chamando a ponta, da tropa mansa que encordoou Léguas e léguas de basto e estrivo,desde a partida Parece a vida, fazendo os rumos pra onde eu vou. Talvez o tempo depois da estrada, nem desencilhe Talvez partilhe, das mesmas ânsias que trago em mim É um buenas tarde e um mate amargo na despedida Parece a vida, sem se dar conta que está no fim...