Cavalos de muda, ponchos na garupa, churrasco no basto Recuerdos ausências berrando entre os choque de guampas e cascos A tropa ligeira, troteia espantada na frente da escolta Não sabe a coitada que vai nesse tranco de ida sem volta Cambona amassada, barbela do freio com lumes de prata A bulha da tropa com grito vaqueano empurrando a culatra Debaixo do estribo, tranqueia o ovelheiro na sombra do frete E a tropa assolhada, se tapa de poeira na nuvem do brete A tropa é um tapete seguindo o sinuelo atrás do fiador Que vem com a voz triste chamando a boiada rumo rumo ao matador Regressa o ponteiro com buenas noticias para noite de frio No pouso tem aguada, lenha já oreada, e campo sem mio-mio Cantando uma copla, um taura saudoso, da prenda sua dona Chaireia uma faca para cortar o charque na aba da carona Na luz do braseiro, um truco de mano disfarça o cansaço E um cusco assolhado, dorme enrodilhados na armada do laço Catre de pelego com bastos suados feito travesseiro Cobertas de poncho, com céu estrelado por teto e candeeiro No quarto de ronda o tropeiro a cavalo com um triste assobio Tirita com a tropa e ensaia uma copla para espantar o frio