Luiz Gonzaga

Aroeira

Luiz Gonzaga


Passei um dia pela sombra da aroeira
Mas que árvore traiçoeira, veja em que eu fui me meter
Fiquei dez dias numa baita comichão
Corpo emzambuado desde o imbigo até o dedão

Desde esse dia, nunca mais entrei no mato
Prefiro carrapato a ter de novo a coçação

Desde esse dia, nunca mais entrei no mato
Prefiro carrapato a ter de novo a coçação

Pois teu amor comicha mais que aroeira
Vou fazer uma benzedura pra ele não me comichar
Faço uma cruz com três raminhos de alecrim
E antes que chegue no tempo, teu amor não coça em mim

Coça que coça, coça, coça, comichão
Vai coçar pra outras banda e deixa em paz meu coração

Coça que coça, coça, coça, comichão
Vai coçar pra outras banda e deixa em paz meu coração

Nós semos moço, temos a vida pela frente
Não faz mal que se a gente perde um pouco a esperar
Quando der jeito a gente ajeita um ranchinho
E junta o padre com os padrinhos sai da igreja e vai pra lá

E eu te coço, e tu me coça, e se coçemu
Eu grito: num se assustemo, General Onório Lemu
E eu te coço, e tu me coça, e se coçemu
Eu grito: num se assustemo, General Onório Lemu