Pai Nosso Que estais no céu do sertão Santificado Quem vive sobre esse chão Sertanejo faz oração É sofrido, é vivido de solidão Nas quebradas, nos tabuleiros Só pensa que a vida está sem razão Passa o vento, redemoinho Que roda e acorda desilusão O pão nosso De cada dia nos guia Nos consola e transforma em coisas do dia Sertanejo planta a semente Que a terra não pode plantar Foi o amor que fez o homem Plantar nessa terra, o perdão Na poeira dos caminheiras A marca de uma vida de arribação } bis Perdoai o vaqueiro, Meu Senhor Que ele sempre nas contas lhe perdoou Na caatinga, o caminho, a solução A lição, a ilusão, a conformação Que não caia o vaqueiro em tentação Nem lhe traga perdição, maldição Corre o tempo e o vento pro fim do mundo O cavalo abalou, desembestou Acabou minha vida de vaquejada