Um dia desses Revirando a gaveta Eu achei uma caneta Que me fez chorar de dor Eu me lembrei Quantas cartas escrevi Para o meu grande amor Que há tempo me deixou Ela não quis Mais saber de poesia Disse que não viveria Somente do trivial Foi-se embora Desta casinha modesta Acabando com a festa Provocando tanto mal Caneta Caneta amiga Sendo você tão antiga Não pode mais escrever Estou igualzinho Ao amor daquela ingrata Secando tal qual a tinta Que está dentro de você Hoje eu vivo Neste mundo solitário Vou andando num calvário De tristeza e solidão Não canto mais Nem pego minha viola Companheira que consola O meu pobre coração Recordações Não me deixam sossegado Lembranças do passado Aumenta meu sofrimento Se eu pudesse Com você escreveria Uma história de alegria Sem nenhum padecimento Caneta Caneta amiga Sendo você tão antiga Não pode mais escrever Estou igualzinho Ao amor daquela ingrata Secando tal qual a tinta Que está dentro de você Caneta Caneta amiga Sendo você tão antiga Não pode mais escrever Estou igualzinho Ao amor daquela ingrata Secando tal qual a tinta Que está dentro de você