Eu fui chegando de manhã bem cedo Mata e várzedo fui atravessando Pra ver a prenda mais linda do mundo Naquele rancho tava me esperando Bolhei a perna e amarrei o pingo Com um mate gordo veio me encontrando Coisa bem linda este meu Rio Grande Pra quem não sabe hoje eu vou contando Num rancho simples e de pouco luxo Um bom gaúcho faz sua morada Muito capricho da prenda e carinho Porque sozinho não se vale nada Quando se passa um tempo gauderiando Pela querência entre a gauchada Bate a saudade do rancho e da prenda Desencilho o pingo e dou um tempo pra estrada Dos meus cachorros e de lidar no campo De dar um trato para a bicharada Ali renovo as minhas energias E me preparo para outra jornada Fogão a lenha, comida campeira Feita por ela prenda abençoada Banho de sanga e pescar no açude De noite a Lua clareia a morada Tendo os carinhos de alguém que se ama Pelego ou cama não faz diferença Saudade é mutua quando se está longe Quando se encontra o amor é a sentença Volto pra estrada escaramuçando o pingo No pensamento vai sua presença Ela no rancho espera eu não demoro E em nove meses vem a recompensa