A "véia" deu um tempo e foi pra trás do rancho Capinar uns canteiros O "véio" era tropeiro e andava cruzando Estradas por aí E os dois namoradinhos perceberam tudo No sofá da sala E o diabo que não fala mas comanda o mundo Pôs o dedo ali A moça era assanhada e quando namorava Tinha um sentimento E o corpo incendiava e quanto mais no fogo Mais ficava bom O moço era acanhado e "gag-gaguejava" Até no pensamento E quando ela se veio ele ficou vermelho E mal saía o som "Tu-tu-tu tá louca, tira essa mã-mão Da minha pi-pá-pára Que dá-de repente, que já-já chega gente E vá-vão nos ver" Mas era primavera e ela veio cega E ele entrou de cara "Se-se tu tá querendo garoa com vento Então tu-tu vai ter" A "véia" voltou logo "vê" um café pro "véio" Que tava chegando E foram os dois entrando e encontraram a cena "Mais ou meno" assim A noivinha no colo e o noivo de fato Bem acomodado Mordendo atrás da nuca com a mão na cumbuca E aí foi o fim O véio deu um grito e arrancou da cinta Um fazedor de estragos E já calçou no trinta o gago rebocado De batom carmim O pobre apavorado fugiu que era um sorro Por baixo da mesa E cego de certeza que já tava morto Gaguejava assim "Que-que-que-que não, fa-fa-fi-fa-foi O que pá-pi-parece Eu só tava de olho, tava tirando um piolho Que nã-nã-não sai" Mas quando olhou pro cano do trinta do véio Bem engatilhado "Disse que-que-que tá e que-que-que casemo Ai, ai, ai, ai, ai" Caboclo que é passado na minha terra dança Com uma cabriúva Mulher desrespeitada casa ou enviúva Antes de casar Foi tanta correria pra arrumar um gaiteiro Pendurar um borrego Que não chegou a dar tempo de juntar os parentes Pro padre chegar Com a noiva pela mão e a ponta do facão Calçada no espinhaço Ele disse que sim num rancho de capim No sul desse país Um lote de cunhado olhando atravessado E prometendo laço E a sogra comovida e o resto da vida Pra ser bem feliz!