Ô, ô, ô São quatro horas São quatro horas da manhã O subúrbio escuta O cantar do galo O apito do trem Levanta e vai à luta Lá vai Lá vai o trabalhador Lutar com muito amor Pra defender o pão Mas a vida só lhe dá direito De arrancar do peito A dor em forma de canção E canta Canta, o povo canta Por não calar a garganta Essa vontade de gritar Cessa tudo que antiga musa canta Poder mais alto se levanta É o povo à cantar E canta Canta, o povo canta Nas ruas e nas praças Na quadra e no terreiro Canta, canta de raiva e de pirraça Canta com garra e com raça O canto do guerreiro