De que sedas se fizeram os teus dedos De que marfim as tuas coxas lisas, De que alturas chegou ao teu andar A graça de camurça com que pisas. De que amoras maduras se espremeu O gosto acidulado do teu seio, De que índias o bambú da tua cinta O oiro dos teus olhos, donde veio. A que balanço de onda vais buscar A linha serpentina dos quadris, Onde nace a frescura dessa fonte Que sai da tua boca quando ris. De que bosques marinhos se soltou A folha de coral das tuas portas, Que perfume te anuncia quando vens Cercar-me de desejo a horas mortas.