O silêncio adormeceu na batida do cincerro Pois ele encordoou a tribo cantando por entre os cerros Será que só ele guarda a magia no badalo Pra encantar os mais quebras das quadrilhas de aporreados Se prendeu junto ao pescoço de uma tordilha mais mansa Fazendo dos passos dela compassos marcando danças E assim trouxe os mais curiosos que escutaram a cantiga Pois vêm na voz do cincerro mistérios que o campo abriga Um gateadão pelo grosso conhecedor de corcóveos Já derrubou tanto índio, por ter o sangue nos olhos Mas atendeu ao cincerro tranquilo de olhar modesto Jeitão de cavalo velho seguiu sem usar cabresto Teimou em viver no campo, já é parte da quadrilha É mais um cusco latindo por conhecer sua matilha Conduz os rumos que o seguem ao bater conforme os cacos Pois não é poeira nem terra, é o ar quem guarda seus rastros Muito tranqueou sem ter pernas, é o som na frente da linha É um grito do romanceiro junto da égua madrinha Pois o cincerro é igual aos rumos da nossa vida Sempre seguimos os bons, quando bate a recorrida