Porto seguro, erro primeiro Índio sorriu pro estrangeiro Num mês de abril E abriu a porta, do litoral Que era todo encarnado De pau-Brasil Ibirapitanga virou fumaça E a desgraça Veio através do oceano Com um pano preto no mastro Deixando um rastro vermelho No azul atlântico Trouxe o cântico Da saudade africana Aos engenhos e canaviais Fez dançar o açoite de dia De noite dançavam orixás E a região, verde do norte Sorte era longe dos olhos feitores Sem vias de acesso Ida, regresso e morte Poucas entradas Tantas bandeiras Milhas e mil ambições estrangeiras Rompendo a linha de Tordesilhas Brancos e índios cativos Buscavam riqueza Pra encher a mão da distante nobreza Que nunca viveu ou pisou neste chão Grita nação, bate os tambores Pinta tua cara com as cores da arara Faz guerra Esta terra é terra bendita Grita!