Ô ô um grito forte pelos ares ecoou Meu santo é forte, eu brincava com chicote Despertava a passarada no repique do tambor E atravessei o mar Com lágrimas nos olhos a rolar Rezei o ritual oguniê Pra receber as bênçãos de Oxalá Fiz grandes artes, minhas raízes Para o mundo vou mostrar as cicatrizes Gosto de amar, não esqueço as oferendas Já sofri no cativeiro Fiz mistérios, criei lendas E no canavial Sangue e suor eu derramei Saravá, Santo Divino E no mercado do destino me encontrei Olorum mandou Ogum Fazer chuvas de flores pra Iemanjá E falou pra Iansã Baixar na Avenida pra reinar Vem meu povo vem dançar E coroar O canto pobre que desponta como rei Vem que o céu te ilumina Volta pra Mina e escreve a tua lei Não esconde essa riqueza Que a beleza está na palma da tua mão O meu boi é chama acesa Vem ver Joana e o teu gongá do Maranhão Axé, Mãe Preta dê felicidade Em seu palácio mostre a liberdade Me dê amor, carinho e proteção Eparrei é Mãe Zulmira O amanhecer desta nação!