Tirana – bela tirana – que eu conheci nas carreiras Numa cantina enramada, floreando a chita faceira! – Muitos olhares caranchos se aquerenciavam nos teus Mas foi em meus olhos negros que o teu facho se perdeu! Tu nunca havias me visto... E nem sabias meu nome Mas no domingo estampado “titubeava” um sobrenome! Cheguei com todo o capricho, num: – buenas tardes, chinita! – Pois nunca vi nestes fundos, uma ruiva tão bonita! Tirana – mulher tirana – depois de cruzar da linha Te entreguei meu lenço azul... Te convidando: Rainha! Agradeceu só com os olhos, como quem “arrenda” a alma – Que até meu peito potranco, se arrocinou nesta calma! Eu, vaqueano dos caminhos, me dei conta de tua casta Quando reparaste o ouro que chispava na minha rastra! – Não tenho estâncias no nome... E nem boiadas no bolso Afirmo: Eu só trago os calos... E muito “ensueños” de moço! Tirana – bela tirana – que não quis fazer pretexto Me trouxe a golpe e tirão... Já na trança do cabresto! Se o teu intento ladino me “aregalou” nuns carinhos Não tive culpa – chinita – de ter sido um descaminho! A prata da faca e bainha eu ganhei junto ao florão Numa criolla frontera, a força de braço e garrão! Sinto muito – tiranita – se eu não herdei de família – Minha sina é ser mansero... E viver por dentre as tropilhas! Tirana – maula tirana – que anda buscando um cambicho! Não acharás coza buena nos rodeios dos bolichos! E se o meu jeito te agrada, mas o que sou tu ignora “Meu nome não vale nada – adeus meu bem, vou-me embora! ”