O sentimento é o ciúme Daquilo que eu não tive Desejei você enquanto tremia Olhava nos teus olhos sem dizer Esperança, demônio de olhos verdes Apareceu e morreu na minha frente O flagelo é inútil O passado é uma flecha Nada se espera da vida incompleta Nada se espera do cupido alcoólatra O hoje, o ontem, a monotonia Destino futuro é morte ou sorte É o peso que faz sob a autoestima Cortando e rasgando tudo em pedaços A desgraça que assola o alienado Repetindo o que diz a velha profecia Teu cabelo, tua pele, tua proximidade Fazem falta nas minhas aspirações Você não perdeu nada mais que um amigo E eu sufoquei todas as minhas chances No meu sonho você beijou a minha boca Em um ato carnal e direto Meu devaneio tentava dizer O que você provavelmente não viu E do tempo ficou o arrependimento De não ter sonhado que você morria A nostalgia envenena e vem com paixão Enquanto os cínicos versos tropeçam Meu defeito foi sempre a sensibilidade Meu triunfo foi sempre esse masoquismo Eu vou sempre enxergar os olhos da alma Foi o verde da floresta e o vermelho do Sol Na dinâmica dos destroços Há esse imenso mar de fogo Vocês foram para viver E eu voltei pro calabouço