Ouvi uma batucada Ressoar da encruzilhada Lá nas bandas de Recife Eram tambores encantados O famoso baque virado Não há nesse mundo inteiro quem não se admire Dançam rainhas, vassalos e escravos E toda a corte real As damas do passo no gongue Encarnam a alegria no meu carnaval Canta sinhá, toca sinhô Abram alas na ladeira que o maracatu chegou Ê calunga ê, giram lindas yabás É o som que anuncia a magia dos ancestrais Sinto que a África é aqui Cortejo a refletir real libertação Lança do caboclo pensamento Reunir em movimento, coroar sua nação Assim vai juntar a negritude Para honrar sua virtude e cantar esta ciranda Frevo e maracatu coroado Temperando com gingado A cor negra que é a essência do meu samba É resistência nas ladeiras do Brasil Meu canto de liberdade Por todo céu que a Asa Branca me levar Serei africanidade