Zé simão era um menino pobre Era cego já de nascença Tinha ódio de ter pouca sorte E orgulho de não ter crença Filho adotivo de dona rosa Cozinheira numa pensão Nêga véia tão corajosa E no peito só coração Ai ai ai A gente quando é criança oi lai Não tem cor, é tudo irmão Toda noite lá no barraco Dona rosa explicava ao zé Que a sorte não ajuda os fracos E que o pobre tem que ter fé Mas enquanto rosa resava Pedindo á deus solução O zé só escumungava No inferno da escuridão Ai ai ai Milagre não acontece oi lai Sem ter fé e sem perdão Na noite escura de agosto Quem sabe deus cochilou Com o travesseiro assassino A sua mãe sufocou A vida foi se apagando Voandonum vagalume E dona rosa morreu Sem reação, sem queixume Ai ai ai A rosa depois que morre oi lai Ainda dá o seu perfume Um doutor aviza o rapaz Melhor a gente correr Que os olhos da dona rosa Ela doou à você Zé simão agora já encherga Pode até caminhar sozinho Mas jamais chegará ao céu Só ela sabia o caminho Ai ai ai A rosa que adota um filho oi lai É rosa que não tem espinhos Ai ai ai A rosa que adota um filho oi lai É rosa que não tem espinhos