Chuva forte A todo instante trovões me assustam Relâmpagos mandam clarões Nos flashes dos raios percebo Na parede os quadros que contam histórias Sob a cama encontro um baú de memórias E tento entender tanto medo Outra vez estou no meu quarto escuro Aos poucos meus olhos ajustam O foco pra escuridão Posso ver lugares e muitas pessoas De modo indistinto me soa O grito de um coração Percorri caminhos de muita tristeza Eu me vi nas lágrimas, na incerteza Me perdi procurando respostas Me arrastei de joelhos, ergui minhas mãos Na parede acima de mim um botão A alegria que a tempos não via está de volta Acendi a luz do meu quarto escuro Agora contemplo o futuro A chuva até diminuiu Os mesmos quadros O mesmo baú de memórias Que na escuridão me apavora Na luz esse grito sumiu