Luanda Cozetti

Vampiros

Luanda Cozetti


No céu cinzento sob o astro mudo 
Batendo as asas pela noite calada 
Vêm em bandos com pés de veludo 
Chupar o sangue fresco da manada

Vêm em bandos com pés de veludo 
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo 
E lhes franqueia as portas à chegada 
Eles comem tudo eles comem tudo 
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo 
Eles comem tudo e não deixam nada 

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas 

Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei 

Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada (4x)

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada 

Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada 

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada 

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada (4x)