Eu tenho medo de amar Pois dentre as coisas que eu já inventei O amor foi sempre passageiro De um trem que termina no mar E ainda assim, não aprendi Pois quando amo, não sei se amo Quando vivo, não sei se estou vivo Ou simplesmente protagonizo mais uma Das minhas belas criações, é belo, mas não é real É isso, ser flor num mundo espinho, é pura criação Desenhar cada pedaço dele para sobreviver A água para matar a sede de amar Como criar oxigênio numa montanha O mundo é rarefeito Eu descobri ontem Em uma das ruas do meu peito Que há um baú azul Por ironia a tua cor preferida Onde eu te guardo até hoje Por livre e espontânea saudade É isso, se flor num mundo espinho é pura criação Desenhar cada pedaço dele pra sobreviver A água para matar a sede de amar Como criar oxigênio numa montanha O mundo é rarefeito E se isso vai durar para sempre eu não sei E o sempre é uma palavra tão imensa Por mais que eu queira ter o sempre Sempre comigo Ainda vivo entre coisas normais