Será que eu morri, ou sobrevivi? Não tenho nenhuma prova real da minha existência Pra que a insistência em saber quem eu sou? Parece fatal que eu seja igual a um índigo indecente Apesar de não ser quem eu queria Eu tenho vontades e desejos reais, pareço capaz de contemplar o pôr do Sol E ser todo dia curador de ferida Desse bípede feliz Com todos meus pés vou pisar na areia Correr de zero a cem em dez, deslocando o tempo Como tudo aqui dentro desde que começou Essa viagem astral, essa briga banal desperdício de calor Pra quê? Se depois que morre o corpo vai virar capim Não se aprece, não se afobe a morte não é o fim No meio da fuça semifusa orbital (e depois) Um gole de cerveja bem num trago é natural, é genial Eu sou um boçal Eu sou um boçal, genial, colossal, glacial Eu sou um boçal, genial, colossal, glacial Eu sou um boçal, ge-ge genial, co-co colossal, gla-gla glacial Boçal, genial, colossal, glacial